Ao longo de seus mais de 40 anos, o Ibiti do Paço se tornou uma referência para os residenciais da região. A marca é tão forte que batizou outros loteamentos fechados que reconhecem no nome um sinônimo de qualidade e confiança. O Ibiti não só acompanhou, como foi participante ativo no desenvolvimento da Zona Norte do Sorocaba. Em 1978, quando falava sobre o loteamento que estava prestes a pôr em prática, Fernando Stecca Filho foi chamado de louco. Ninguém iria morar em lugar daquele, longe de tudo. “Diziam que eu tinha que vender gado, plantar alguma coisa, que isso [loteamento] não iria pra frente”, lembra o empresário.
A construtora de sua propriedade, Alavanca, era especializada em obras públicas e passava por uma fase financeira complicada. Para sair daquela situação, a solução escolhida foi a implantação do residencial. Com a assessoria do Guido da Imobiliária Casabranca, a primeira decisão seria a escolha do nome. Na dúvida, foram atrás do padre e historiador Aluísio de Almeida, na época com 74 anos. Sentado em sua cadeira de balanço, o padre questionava sobre as características do local. “Por acaso lá é um lugar alto, tem vento? Pois bem, vamos chamar de Ibiti que em tupi-guarani significa ‘tempos bons, ventos benéficos”, lembra Stecca.
Com um nome fácil e significado interessante, o restante – do Paço – foi acrescentado em referência ao Palácio dos Tropeiros que estava em construção a cerca de sete quilômetros. Segundo o empresário, na década de 80 o Paço Municipal e o Ibiti foram responsáveis pela impossibilidade de emancipação do extinto distrito do Éden (em 1990 os distritos foram extintos por lei municipal). “Para que a separação fosse possível era preciso que o Ibiti estivesse mais longe deles. Com a nossa proximidade eles não poderiam ser desmembrados de Sorocaba”, lembra.
Liberado como loteamento aberto ou bairro, foram iniciadas as vendas com valor muito baixo, em média 3 mil dólares, o equivalente a cerca de R$6 mil hoje. Para impulsionar as vendas, o empreendedor ofereceu uma área no centro do residencial, a quadra *, para a Sociedade do Banco do Brasil e para a Uniso, mas que não prosperaram e os terrenos foram colocados à venda.
Os lagos e belo verde
Grande parte da bela paisagem vista no Ibiti de hoje não é obra da natureza. De todos os cinco lagos, apenas o do Bambuzal é natural. A área verde, em sua maioria, foi plantada por colaboradores da associação, como lembra o Coordenador de Manutenção Evandro da Silva, o Tuta.
Funcionário da Sociedade deste fevereiro de 1996, Tuta lembra que foi contratado como tratorista ainda com 17 anos e plantou muitas das árvores do residencial. Segundo ele, a área verde existente se restringia ao bambuzal e próximo ao Clube. “Teve gente que disse que eu ia acabar com o lugar fazendo tanto lago. Eu acho que ficou muito bom”, conta Stecca. Além dos colaboradores, muitos moradores participaram de plantios coletivos, inclusive crianças que cresceram junto com as árvores.